Promovendo a transi??o para a economia de carbono neutro


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Em novembro de 2021, ocorrer¨¢ a 26a Conven??o das Na??es Unidas sobre as Mudan?as Clim¨¢ticas (COP26) em Glasgow, na Esc¨®cia, onde governos do mundo todo ter?o de apresentar planos para reduzir significativamente suas emiss?es de gases de efeito estufa (GEE). Mais de 125 pa¨ªses, incluindo as maiores economias do mundo, definiram metas para neutralizar suas emiss?es. Esse compromisso tamb¨¦m foi assumido por cerca de 25% das empresas da Fortune 500, entre elas l¨ªderes globais como Amazon, Apple, Microsoft, Shell e BP. Quinhentas empresas definiram metas cientificamente embasadas e correspondentes ¨¤ iniciativa da Science-Based Targets (SBTi), e outras 500 est?o iniciando o mesmo processo.1 Al¨¦m disso, a For?a-Tarefa sobre Divulga??es Financeiras Relacionadas ao Clima (Task Force for Climate-related Financial Disclosures, TCFD)2 conta com o apoio de mais de 1.200 grandes empresas, e diversos governos em todo o mundo est?o se organizando para tornar a divulga??o da TCFD obrigat¨®ria, incluindo o Reino Unido e a Uni?o Europeia (UE). 

A press?o sobre os governos e as empresas est¨¢ crescendo, demandando a??o. Al¨¦m de divulgar proje??es para o futuro, os investidores esperam que as empresas apresentem planos vi¨¢veis para gerenciar e reduzir suas emiss?es. E os pr¨®prios investidores ser?o cada vez mais avaliados em seu posicionamento quanto ¨¤ transi??o para neutralizar as emiss?es.

Duas transi??es globais s?o necess¨¢rias para neutralizar as emiss?es: a transi??o para a energia limpa e a transforma??o de empresas em toda a economia. Isso exige a r¨¢pida redu??o do uso de fontes de energia baseadas em combust¨ªveis f¨®sseis, que produzem di¨®xido de carbono (CO2) e outros GEE (como o metano), e a ado??o de fontes de energia que n?o emitem GEE, como a solar, a e¨®lica e a hidrel¨¦trica. Requer ainda a descarboniza??o dos processos de produ??o existentes, a eletrifica??o das ind¨²strias e a comercializa??o de tecnologias de sequestro de carbono. 

73das emiss?es globais prov¨ºm do setor de energia 

US$ 100 trilh?es em investimentos s?o necess¨¢rios para descarbonizar os sistemas de energia e a economia

Tudo isso gera uma enorme oportunidade comercial. Estima-se que ser?o necess¨¢rios mais de US$ 100 trilh?es em investimentos at¨¦ 2050 para descarbonizar os sistemas de energia e a economia, ou seja, aproximadamente US$ 3,5 trilh?es por ano.3 As empresas que est?o investindo para neutralizar suas emiss?es ser?o beneficiadas quando regulamenta??es clim¨¢ticas mais rigorosas forem implementadas, pois investidores e credores passar?o a favorec¨º-las em detrimento de organiza??es que ainda n?o se adaptaram. Por sua vez, as empresas que n?o conseguirem acompanhar as mudan?as ver?o suas fontes de capital tradicionais se tornarem mais caras e, por fim, seus neg¨®cios e ativos se estagnarem, a menos que elas tomem alguma atitude. 

As empresas est?o come?ando a entender que superar a concorr¨ºncia na redu??o das emiss?es de carbono ser¨¢ fundamental para obter sucesso comercial. No setor de energia, por exemplo, o custo de capital da prospec??o de petr¨®leo offshore em ¨¢guas profundas ¨¦ maior do que o de energias renov¨¢veis. Isso significa um pre?o de US$ 80 por tonelada de carbono (ver Imagem 1). Ou seja, embora o pre?o de US$ 80 por tonelada de carbono n?o seja atualmente negociado publicamente em nenhum mercado, nem seja um mandato governamental, os mercados de capitais j¨¢ consideram esse valor. E esta ¨¦ apenas a ponta do iceberg. Esse tipo de valoriza??o ser¨¢ adotado em todo o mercado e em todos os setores, n?o apenas no de energia. A competitividade em carbono ¨¦ um novo determinante de valor. 

Figura 1: Custo de capital mais alto no desenvolvimento de hidrocarbonetos

Pre?o do carbono impl¨ªcito na Taxa Interna de Retorno (TIR) para projetos de petr¨®leo offshore em compara??o com as energias renov¨¢veis (US$/tn CO2)

Fig1 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: divis?o Global Investment Research da Goldman Sachs. TIR: taxa interna de retorno.

Os participantes do mercado primeiro focaram nas emiss?es atuais de Escopo 1, que s?o emiss?es diretas de fontes pr¨®prias ou controladas, e nas emiss?es atuais de Escopo 2, que s?o indiretas e tamb¨¦m englobam emiss?es provenientes da gera??o de energia comprada. No momento, eles est?o cada vez mais voltados para as emiss?es futuras de Escopo 1 e 2 e, em alguns setores, passaram a adicionar as emiss?es concretas de Escopo 3. 

Para v¨¢rios participantes, ¨¦ a adi??o das emiss?es de Escopo 3 que levar¨¢ a uma mudan?a significativa na maneira como as empresas pensam sobre a transi??o. Isso ocorre porque as emiss?es de Escopo 3 s?o emiss?es indiretas n?o inclu¨ªdas no Escopo 2, que acontecem em toda a cadeia de valor de uma empresa, tanto upstream (de fornecedores) quanto downstream (de clientes que usam seus produtos ou servi?os).4 O efeito l¨ªquido dessa mudan?a ¨¦ a gera??o de muito mais oportunidades em termos de requisitos de descarboniza??o, pois aumenta o foco no abastecimento de energia e incentiva a integra??o retroativa de solu??es de energia limpa. Tamb¨¦m atrai setores como o de tecnologia, pois as empresas procurar?o descarbonizar suas cadeias de suprimentos, aumentando significativamente o n¨²mero de empresas e neg¨®cios para os quais as metas de descarboniza??o se tornar?o um foco imediato. Essas oportunidades incluiriam ativos como data centers e processos de manufatura de fabricantes de insumos de equipamentos, entre outros.

A transi??o para o carbono neutro ¨¦ poss¨ªvel. Segundo a Goldman Sachs, cerca de 60% das emiss?es de GEE podem ser removidas economicamente a um pre?o de US$ 100/tonelada de carbono, em grande parte por meio de tecnologias de descarboniza??o, como energia renov¨¢vel, hidrog¨ºnio limpo e sequestro de carbono (ver Imagem 2). No entanto, a quest?o ¨¦ a velocidade da transi??o e, para isso, ¨¦ fundamental que surjam rapidamente solu??es vi¨¢veis do ponto de vista econ?mico para os demais 40% das emiss?es. Os custos da descarboniza??o e de suas tecnologias precisam continuar a cair. Isso exige capital para simplesmente aprimorar a tecnologia e depois mais capital para substituir a tecnologia antiga pela nova. Leva tempo e, quanto mais demorar, mais carbono ser¨¢ produzido e maior ser¨¢ a necessidade de descarboniza??o no futuro. 

Imagem 2: Descarboniza??o das emiss?es globais por setor

Curvas de custo de redu??o de carbono de conserva??o em 2020 (US$/tonelada de CO2e)

Fig2a - TransitiontoNetZero - New
Fig2b - TransitiontoNetZero - New

Curva de custo total de conserva??o e sequestro baseada em tecnologias atuais e custos associados

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Fonte: divis?o Global Investment Research da Goldman Sachs. CCUS: captura, utiliza??o e armazenamento de carbono. DACCS: captura direta de ar com armazenamento de carbono. Gt: gigatoneladas.

Atualmente, o foco de governos em or?amentos ¡°verdes¡± s?o exemplos dessa mudan?a de cen¨¢rio. Por exemplo, em novembro de 2020, o Reino Unido anunciou plano de 10 etapas com o compromisso de se transformar na "Ar¨¢bia Saudita" do vento, aumentando sua meta de gera??o de energia e¨®lica offshore de 30 para 40 gigawatts (GW) at¨¦ 2030. Tamb¨¦m almeja encerrar a venda de carros e vans novos a gasolina e diesel at¨¦ 2030, colocando o Reino Unido na vanguarda da revolu??o do ve¨ªculo el¨¦trico. Al¨¦m disso, o financiamento do plano tem como meta atingir 5 GW de capacidade de produ??o de hidrog¨ºnio de baixo carbono at¨¦ 2030. Isso inclui novos investimentos em sequestro e armazenamento de carbono, energia nuclear e maior efici¨ºncia energ¨¦tica em resid¨ºncias e edif¨ªcios p¨²blicos.

O fundo de recupera??o p¨®s-pandemia de € 750 bilh?es da Uni?o Europeia, aprovado em dezembro de 2020 e que faz parte de um or?amento maior de € 1,8 trilh?o, indica que mais gastos ser?o destinados para iniciativas relacionadas ao clima. Cerca de 30% dos gastos previstos para iniciativas clim¨¢ticas no or?amento da UE ser?o no per¨ªodo de 2021 a 2027. Isso provavelmente ir¨¢ acelerar o desenvolvimento do hidrog¨ºnio limpo, entre outras iniciativas verdes. E, para ajudar a financiar esses gastos, o sistema de com¨¦rcio de licen?as de emiss?o da Uni?o Europeia (emissions trading scheme, ETS) aumentar¨¢ sua receita. O ETS ¨¦ um sistema de cap-and-trade que fixa um limite de emiss?es, mas as ind¨²strias poluentes t¨ºm flexibilidade para cumprir esse limite por meio da compra de cr¨¦ditos de carbono.

Os compromissos assumidos pelos governos tamb¨¦m ajudam a alinhar o investimento em iniciativas clim¨¢ticas ao estabelecer as expectativas que os pa¨ªses t¨ºm sobre o setor financeiro. O plano do Reino Unido ¡°mobilizar¨¢ ? 12 bilh?es de investimento governamental e, potencialmente, tr¨ºs vezes mais do setor privado¡±.5 Para que a transi??o seja a mais eficaz poss¨ªvel, a velocidade e a abrang¨ºncia das a??es ser?o fatores determinantes.

Al¨¦m do pre?o do carbono, mudan?as na regulamenta??o far?o com que as empresas que agirem sejam mais competitivas. Em dezembro de 2020, o governo canadense promulgou uma lei que aumentar¨¢ o imposto sobre o carbono no °ä²¹²Ô²¹»å¨¢ em C$ 15 por tonelada a cada ano, passando de C$ 50 por tonelada em 2022 para C$ 170 por tonelada em 2030. 

Em um artigo recente do G30, a secret¨¢ria do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, ressaltou um ponto importante: pol¨ªticas p¨²blicas vi¨¢veis e com o olho no futuro incentivam ajustes em todo o mercado.6 Quando os governos tomarem medidas proativas e tratarem com seriedade a necessidade de reduzir as emiss?es, as empresas que pensam no futuro se antecipar?o a esses movimentos e agir?o de acordo com eles (ver Imagem 3). No entanto, isso requer foco e um investimento gigantesco. Do ponto de vista do investidor, ¨¦ uma oportunidade para se antecipar a esses ajustes e ajudar a suavizar a transi??o.

Imagem 3: Papel dos setores p¨²blico e privado na transi??o para uma economia de carbono neutro

Pol¨ªticas p¨²blicas confi¨¢veis, planos de transi??o e divulga??o de riscos e oportunidades relacionadas ao clima estabelecem as bases da transi??o para uma economia de carbono neutro:

Fig3a - TransitiontoNetZero - New

O sistema financeiro deve se basear nisso para redirecionar capital para tecnologias e empresas mais sustent¨¢veis. Isso envolve:

Fig3b - TransitiontoNetZero - New
Fonte: Comit¨º Diretor do G30 e Grupo de Trabalho sobre Mudan?a do Clima e Finan?as, ¡°Mainstreaming the Transition to a Net-Zero Economy¡±, outubro de 2020.

As empresas ter?o de fazer parcerias com investidores que tenham n?o apenas capital significativo, mas tamb¨¦m experi¨ºncia para ajud¨¢-las na transi??o para uma energia mais limpa (ver Figura 4). Isso inclui experi¨ºncia para gerir os riscos de infraestrutura, constru??o e desenvolvimento que ir?o surgir durante o processo de implementa??o de novas tecnologias para descarbonizar as pr¨¢ticas industriais das empresas. Escala e alcance global tamb¨¦m ser?o fatores importantes.

Em ¨²ltima an¨¢lise, acreditamos que as empresas e ativos que neutralizarem suas emiss?es - ou que estejam em um caminho vi¨¢vel para alcan?ar esse status - se beneficiar?o das avalia??es em rela??o a seus pares, pois os investidores considerar?o seu risco menor comparado ao da concorr¨ºncia. Por sua vez, haver¨¢ um potencial de gerar ¨®timos retornos para os investidores que financiarem a transi??o. Conclus?o: este ¨¦ um investimento importante, especialmente para empresas que querem estar no lado certo da hist¨®ria clim¨¢tica e, consequentemente, serem competitivas em uma nova economia sustent¨¢vel.

Imagem 4: Emiss?es de CO2 da infraestrutura energ¨¦tica global

Planos atuais versus caminho para atingir o carbono neutro at¨¦ 2050 (Gt de CO2)

Fig4 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: World Energy Outlook 2020 e IPCC. Nota: 2020e = valores estimados para 2020 Gt¨CGigatons. Representa as emiss?es de todo o setor de energia e processos industriais, incluindo usinas, instala??es industriais, edif¨ªcios e ve¨ªculos. Current

A transi??o para a economia de carbono neutro

A transi??o para uma economia de carbono neutro significa que tanto os pa¨ªses quanto as empresas precisam tomar as medidas necess¨¢rias para neutralizar a quantidade de GEE7 produzida pela atividade humana. Al¨¦m disso, mudan?as na agricultura e um uso mais adequado da terra ser?o fundamentais. A neutraliza??o das emiss?es pode ser alcan?ada por meio de uma combina??o de redu??o dr¨¢stica de emiss?es de GEE e implementa??o de m¨¦todos para remover o di¨®xido de carbono da atmosfera (p. ex., plantio de ¨¢rvores ou sequestro direto na atmosfera). Isso significa que as estrat¨¦gias de carbono neutro n?o precisam necessariamente zerar as emiss?es de GEE, mas sim equilibr¨¢-las com uma quantidade equivalente de remo??o de carbono (emiss?es de GEE negativas). 

Para atingir o objetivo m¨¢ximo do Acordo de Paris, ¨¦ necess¨¢rio neutralizar as emiss?es de GEE at¨¦ 2050, limitando o aumento da temperatura global neste s¨¦culo para bem abaixo de 2¡ãC em rela??o aos n¨ªveis pr¨¦-industriais (note que 2¡ãC seriam 10 vezes mais prejudiciais do que 1,5¡ãC). Se o mundo atingir essa meta, ser¨¢ poss¨ªvel diminuir a gravidade e a frequ¨ºncia das consequ¨ºncias mais catastr¨®ficas das mudan?as clim¨¢ticas, que incluem ondas de calor, inc¨ºndios florestais e aumento do n¨ªvel dos oceanos. Limitar as mudan?as clim¨¢ticas neutralizando as emiss?es de GEE tamb¨¦m ajudaria a aliviar algumas consequ¨ºncias econ?micas negativas, como, por exemplo, alguns ativos se tornarem ociosos ou deixarem de ser vi¨¢veis antes do final da vida ¨²til.8 

H¨¢ uma grande possibilidade de alguns ativos se tornarem ociosos em raz?o da transi??o. No caso das empresas de energia de grande porte, uma boa parte das reservas de carv?o, petr¨®leo e g¨¢s podem jamais vir a ser extra¨ªdas e queimadas e, como resultado, elas podem sofrer significativas perdas de valor.9 Um estudo de 2015 sobre ativos ociosos revelou que 80% das reservas mundiais conhecidas de carv?o, 33% das reservas de petr¨®leo e 50% das reservas de g¨¢s n?o poderiam ser aproveitadas se o aquecimento global fosse mantido abaixo de 2¡ãC.10 Estimativas recentes indicam dados semelhantes. Isso representaria uma perda de US$ 7 trilh?es em termos de valor de ativos em todo o mundo.

Com a aproxima??o da COP26, governos, provedores de capital e as pr¨®prias empresas ter?o que responder a uma pergunta simples: ¡°Qual ¨¦ o seu plano de transi??o para neutralizar as emiss?es de GEE?¡± A resposta a essa pergunta ir¨¢ revelar os desafios que ter?o de enfrentar ao longo do processo, e sinalizar para o mercado quais ser?o as necessidades de investimento ¡ª de tecnologias comerciais em larga escala voltadas para energias renov¨¢veis "convencionais" a tecnologias emergentes, mas essenciais, como armazenamento e sequestro de carbono e hidrog¨ºnio verde. Os governos ter?o um papel fundamental nesse processo, mas tamb¨¦m ser?o necess¨¢rias grandes quantias de financiamento de capital privado, especialmente de investidores com capacidade e conhecimento para realizar os planos de neg¨®cios necess¨¢rios para a transi??o, construir novos projetos e operar esses ativos novos e eficientes em carbono no futuro (ver Figura 5).

Em geral, acreditamos que as empresas que conseguirem administrar adequadamente os riscos da transi??o ter?o acesso a capital mais barato e abundante. Por outro lado, quem n?o agir ver¨¢ suas fontes de capital secarem. Isso j¨¢ est¨¢ acontecendo em alguns setores e, ocorrer¨¢ cada vez mais, ¨¤ medida que os desafios e oportunidades aumentem. Esse acesso limitado ao capital, e tamb¨¦m conforme muda a valoriza??o da empresa, oferece um forte incentivo para que as companhias levem a mudan?a para neutralizar as emiss?es de GEE a s¨¦rio e comecem a agir agora.

Imagem 5: Ciclo de inova??o e investimento para atingir o carbono neutro

Fig5 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: UKCOP26.ORG.

Governos e grandes corpora??es est?o cada vez mais comprometidos com a meta para neutralizar suas emiss?es

Para atender ao apelo da a??o clim¨¢tica global, diversos governos j¨¢ come?aram a colocar em pr¨¢tica os compromissos assumidos no Acordo de Paris, por meio de metas mais bem definidas e previstas em lei (ver Figura 6). Em junho de 2017, por exemplo, a Su¨¦cia aprovou uma lei que obriga o pa¨ªs legalmente a neutralizar as emiss?es de GEE at¨¦ 2045.

A Uni?o Europeia agora busca neutralizar suas emiss?es de GEE at¨¦ 2050. O Reino Unido, a Fran?a e a Dinamarca j¨¢ t¨ºm essa meta prevista em lei.

Imagem 6: A descarboniza??o ¨¦ uma meta global

2020 viu um ¨ªmpeto crescente entre alguns dos maiores pa¨ªses emissores de carbono para adotar planos e metas ambiciosos para o clima

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Fonte: Climate Action Tracker (dezembro de 2020). Governo do Reino Unido.

An¨²ncios recentes mostram um n¨²mero crescente de governos comprometendo-se a atingir o carbono neutro. Em 2020, o presidente chin¨ºs Xi Jinping prometeu que a China atingiria esse objetivo at¨¦ 2060. ? um comprometimento significativo porque implica mudan?as abrangentes no sistema energ¨¦tico do pa¨ªs. Como mais de 50% de seu consumo de energia s?o derivados do carv?o, a transi??o global para atingir o carbono neutro seria imposs¨ªvel sem a coopera??o da segunda maior economia do mundo. Em 2020, o Jap?o e a Coreia do Sul tamb¨¦m se comprometeram a neutralizar suas emiss?es de carbono at¨¦ 2050. E com um novo governo, os EUA, a maior economia do mundo, voltou a fazer parte do Acordo de Paris e compromete-se a ter uma economia de energia limpa at¨¦ 2035. 

125+ pa¨ªses se comprometeram com a descarboniza??o

As corpora??es tamb¨¦m est?o adotando posturas ativas para atingir a economia do carbono neutro. Algumas das empresas mais influentes do mundo est?o definindo metas ambiciosas de descarboniza??o, podendo se tornar grandes compradoras de energia verde. Por exemplo, a Amazon firmou o compromisso de atingir o carbono neutro at¨¦ 2040 e est¨¢ em processo de transformar as fontes de energia de suas opera??es em 100% renov¨¢veis at¨¦ 2025.11 E a Microsoft anunciou que suas emiss?es de carbono ser?o negativas at¨¦ 2030 e que, at¨¦ 2050, remover¨¢ todo o carbono que j¨¢ emitiu, diretamente ou por meio do consumo de energia el¨¦trica, desde a sua funda??o em 1975.12 

Os provedores de capital tamb¨¦m est?o se movimentando (ver Imagem 7). Representando mais de US$ 5 trilh?es em ativos sob gest?o, os membros da Alian?a de Propriet¨¢rios de Ativos de Carbono Neutro (Net-Zero Asset Owner Alliance) convocados pelas Na??es Unidas comprometeram-se a neutralizar as emiss?es de carbono de seus portf¨®lios at¨¦ 2050.13 Esses membros, que se uniram em setembro de 2019, tamb¨¦m apoiar?o iniciativas propostas pela SBTi e pela A??o Clim¨¢tica 100+, uma organiza??o composta por 545 investidores globais respons¨¢veis por mais de US$ 52 trilh?es em ativos sob gest?o em 33 mercados.14

Imagem 7: Aumento r¨¢pido do apoio a iniciativas de a??o clim¨¢tica

N¨²mero de organiza??es participantes

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Fonte: For?a-Tarefa sobre Divulga??es Financeiras Relacionadas ao Clima, ¡°2020 Status Report¡±, Science Based Targets, ¡°Companies Taking Action¡±, novembro de 2020, A??o Clim¨¢tica 100+, ¡°2019 Progress Report¡±, 2019.

Por fim, mais transpar¨ºncia ser¨¢ fundamental para os investidores que quiserem tomar decis?es mais eficientes com base em informa??es para alocar seu capital. A estrutura da TCFD ¨¦ o principal padr?o de divulga??o de informa??es sobre o impacto das mudan?as clim¨¢ticas e fornece orienta??es abrangentes para se avaliarem os riscos clim¨¢ticos e as oportunidades. Hoje, quase 60% das 100 maiores empresas de capital aberto do mundo apoiam a TCFD, divulgam relat¨®rios de acordo com suas recomenda??es ou ambos.15

E as novas leis v?o acelerar esse processo. O Reino Unido, por exemplo, anunciou recentemente novas regras que for?ar?o algumas empresas de capital aberto a fazer divulga??es de acordo com a TCFD. At¨¦ 2025, essas novas regras tornar?o as divulga??es de acordo com a TCFD obrigat¨®rias no Reino Unido. Enquanto isso, a UE est¨¢ incorporando a legisla??o sobre divulga??es relacionadas ao clima a sua diretiva de divulga??es n?o financeiras e espera-se que v¨¢rios outros pa¨ªses e jurisdi??es sigam o mesmo caminho este ano. Al¨¦m disso, a International Financial Reporting Standards Foundation (IFRS) lan?ou uma iniciativa de divulga??es relacionadas a sustentabilidade centrada no clima e na TCFD que poderia abranger pelo menos 140 pa¨ªses.

A transi??o para a energia limpa est¨¢ em andamento

As oportunidades de investimento na transi??o para a energia limpa s?o significativas. O Painel Intergovernamental sobre Mudan?as Clim¨¢ticas (Intergovernmental Panel on Climate Change, IPCC) estima que cerca de US$ 3 trilh?es de investimentos anuais ser?o necess¨¢rios para limitar o aquecimento a 2¡ãC at¨¦ 2050 ou US$ 3,5 trilh?es por ano para limitar o aquecimento a 1,5¡ãC.16 Enquanto isso, a Goldman Sachs determinou uma oportunidade de investimento total de at¨¦ US$ 16 trilh?es at¨¦ 2030 em um cen¨¢rio semelhante ¨¤ meta global de conter o aquecimento dentro de 2¡ãC (ver Imagem 8).17

Planos de transi??o para a energia limpa est?o come?ando a surgir. Por exemplo, a Iberdrola, uma empresa de servi?os p¨²blicos espanhola, prometeu investir € 75 bilh?es nos pr¨®ximos cinco anos para aumentar sua capacidade de gera??o de energia renov¨¢vel de 32 GW em 2019 para 60 GW at¨¦ 2025.18 E a Enel SpA, uma importante empresa de servi?os p¨²blicos italiana, anunciou que vai investir € 70 bilh?es na pr¨®xima d¨¦cada para aumentar sua capacidade de gera??o de energia renov¨¢vel de 45 GW para 120 GW at¨¦ 2030.19 ? importante notar que duas das maiores empresas de servi?os p¨²blicos do mundo, ambas com exposi??o significativa a energias renov¨¢veis, est?o investindo bastante para aproveitar a transi??o para a energia limpa.

Tamb¨¦m ¨¦ importante notar que os investidores est?o recompensando essas importantes empresas de energia renov¨¢vel nos mercados. A NextEra Energy, uma empresa de servi?os p¨²blicos com sede na Fl¨®rida que, ¨¤s vezes, ¨¦ chamada de ¡°gigante de energia limpa¡±20, tem um valor de mercado de US$ 160 bilh?es e, de acordo com a Bloomberg, ¨¦ negociada a 30 vezes o seu lucro projetado pelo sell-side para 2022.21 Quando se considera que o valor de mercado da NextEra n?o est¨¢ muito distante do da Exxon Mobil e da Chevron, ambas negociadas a cerca de 17 vezes o seu lucro projetado pelo sell-side para 2022, fica claro que a prefer¨ºncia dos investidores por empresas que podem ser consideradas ¡°gigantes de energia¡± mudou. Isso sugere que o mercado est¨¢ atribuindo valor aos ativos de carbono neutro, ou em vias de se tornar carbono neutro, e valorizando-os por terem um risco menor do que seus concorrentes (ver Imagem 9).

Figura 8: Uma oportunidade de US$ 16 trilh?es

Investimento acumulado na transi??o para a energia limpa at¨¦ 2030 (US$ ton)

Fig8 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: World Energy Outlook da Ag¨ºncia Internacional de Energia (IEA), divis?o Global Investment Research da Goldman Sachs. EV: ve¨ªculo el¨¦trico. CCUS: captura, utiliza??o e armazenamento de carbono. FCEV: ve¨ªculo el¨¦trico movido a c¨¦lula de

Imagem 9: Baixos emissores de carbono s?o negociados com retornos cada vez mais elevados

(Total de emiss?es de Escopo 1 e 2 de GEE/GFA) M¨²ltiplos de EV/EBITDA de 12 meses (2010-2021), excluindo dados financeiros

Fig9 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: Refinitiv, FactSet, Bloomberg, divis?o Global Investment Research da Goldman Sachs. EV/EBITDA: valor da empresa em rela??o ao seu lucro antes de juros, impostos, deprecia??o e amortiza??o. Q: quintil. Os emissores de altos e baixos n¨ªveis
Espera-se que a energia renov¨¢vel se torne a maior fonte mundial de gera??o de eletricidade at¨¦ 2025

Segundo a Ag¨ºncia Internacional de Energia (International Energy Agency, IEA), a energia renov¨¢vel representar¨¢ 95% do aumento l¨ªquido previsto na capacidade global de gera??o de energia at¨¦ 2025.22 Atualmente, a energia hidrel¨¦trica ¨¦ a maior fonte de eletricidade renov¨¢vel do mundo. Mas em termos de crescimento, s?o as trajet¨®rias das energias solar e e¨®lica que chamam a aten??o. Somente a energia solar representa 60% de todo o aumento previsto na capacidade de gera??o de energia renov¨¢vel at¨¦ 2025; e a energia e¨®lica, 30%.23

Na maioria dos pa¨ªses, as energias solar e e¨®lica onshore s?o as formas mais baratas de incluir novas capacidades de gera??o de eletricidade (ver Figura 10). Elas podem ser implementadas em escala, fornecer quantidades significativas de energia e s?o economicamente vi¨¢veis sem subs¨ªdios governamentais. Esses fatores est?o gerando mudan?as significativas nas op??es energ¨¦ticas globais: ¡°As energias renov¨¢veis ultrapassar?o o carv?o e se tornar?o as maiores fontes de gera??o de eletricidade no mundo em 2025¡±, diz o relat¨®rio da IEA (ver Figura 11). ¡°A essa altura, espera-se que elas forne?am um ter?o da eletricidade mundial.¡± O ¨ªndice da energia hidrel¨¦trica deve se manter est¨¢vel, gerando cerca de metade da eletricidade renov¨¢vel no mundo.

Imagem 10: As energias solar e e¨®lica s?o as fontes de gera??o em massa mais baratas

Fig10 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: Bloomberg New Energy Finance.

Imagem 11: Gera??o de eletricidade por tecnologia em 2025

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Fonte: Ag¨ºncia Internacional de Energia (IEA).

Nos EUA, as pol¨ªticas de eletricidade limpa propostas pelo presidente Joe Biden poderiam acelerar a transi??o para a energia limpa, pois levariam a uma implanta??o mais r¨¢pida das energias e¨®lica e solar. Logo ap¨®s tomar posse, o presidente Biden tomou medidas para combater a crise clim¨¢tica, e as ambiciosas metas levar?o a uma revolu??o de energia limpa ¡°que resultar¨¢ em um setor de energia neutro em carbono at¨¦ 2035¡±.24 Para alcan?ar esses objetivos, ¨¦ necess¨¢rio investir capital significativo e know-how nas redes de eletricidade. O objetivo ¨¦ fazer a transi??o das fontes de gera??o de energia que emitem CO2 para recursos renov¨¢veis.

Estima-se que o armazenamento de energia v¨¢ acelerar a acessibilidade e o uso da energia renov¨¢vel 

Certamente, o vento e o sol s?o fontes de energia intermitentes. E os operadores das redes precisam de confiabilidade para manter as luzes acesas. Portanto, as tecnologias de armazenamento de energia ser?o important¨ªssimos para garantir um abastecimento consistente (ver Figura 12). Referente ¨¤ energia e¨®lica e solar, subs¨ªdios governamentais mobilizaram investimentos que resultaram em um maior avan?o nas tecnologias e escala de produ??o em todo o mundo, reduzindo assim a curva de custo. O desenvolvimento do armazenamento de energia por baterias tem sido outro por dois motivos: o setor privado est¨¢ assumindo a responsabilidade e seu foco ¨¦ a eletrifica??o do transporte, n?o necessariamente a estabilidade das redes el¨¦tricas.

Imagem 12: Carga b¨¢sica de energia confi¨¢vel necess¨¢ria para acomodar a intermit¨ºncia e¨®lica e solar

Mix de gera??o di¨¢ria de uma operadora de sistema independente da Calif¨®rnia (MW)

Fig12 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: California ISO.

As baterias ainda s?o uma tecnologia cara e, embora o processo tenha demorado mais tempo do que muitos esperavam, elas est?o se tornando mais competitivas em termos de custo. E a import?ncia das baterias, que armazenam eletricidade em forma de energia qu¨ªmica, n?o pode ser subestimada. A tecnologia de armazenamento de energia ajudar¨¢ na transi??o da gera??o de eletricidade baseada em carv?o para uma gera??o baseada em energia renov¨¢vel. Por exemplo, em novembro, a Tesla e a Neoen, uma empresa francesa de energia renov¨¢vel, anunciaram uma parceria para construir uma das maiores baterias de ¨ªons de l¨ªtio do mundo em Geelong, a sudoeste de Melbourne.25

Futuramente, o armazenamento de energia por baterias criar¨¢ oportunidades comerciais interessantes. No entanto, ele vai favorecer quem tiver experi¨ºncia em investir em ativos de energia limpa, gerenciar a intermit¨ºncia das energias renov¨¢veis e operar as energias renov¨¢veis ¨¤ medida em que a energia limpa aumentar sua presen?a nas redes el¨¦tricas.

Experi¨ºncia operacional ajudar¨¢ a incentivar a transforma??o nas empresas

A oportunidade de transforma??o que a descarboniza??o proporciona para as empresas ¨¦ global e independe do setor. A necessidade de novos produtos e solu??es para reduzir as emiss?es de carbono cria uma proposta comercial atraente para os provedores de capital privado. Isso gera um impacto positivo na atividade de uma empresa, que, por sua vez, leva a resultados mensur¨¢veis no mundo real. 

O setor de energia ¨¦ o maior emissor de GEE. Esse setor, que inclui eletricidade, manufatura, transporte e edif¨ªcios, representou 73% das emiss?es globais em 2017 (ver Imagems 13 e 14).26 Portanto, existem muitas maneiras de incentivar mudan?as, por exemplo, por meio de contratos de compensa??o de energia, e muitas oportunidades paralelas, como a de armazenamento. Al¨¦m disso, n?o ser¨¢ dif¨ªcil encontrar essas oportunidades comerciais, uma vez que as empresas est?o divulgando publicamente suas metas de atingir o carbono neutro. No entanto, para que a transforma??o seja a mais eficiente poss¨ªvel, acreditamos ser necess¨¢rio ter experi¨ºncia operacional e em gera??o de energia para se tornar um poss¨ªvel parceiro dessas empresas.

Imagem 13: Parcela das emiss?es globais de gases de efeito estufa

Fig13 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: Climate Watch, World Resources Institute.

Imagem 14: A gera??o de energia ¨¦ cr¨ªtica, mas todos os setores devem reduzir as emiss?es

Redu??o necess¨¢ria nas emiss?es de CO2 para cumprir a meta de temperatura do Acordo de Paris

Fig14 - TransitiontoNetZero - New
Fonte: Ag¨ºncia Internacional de Energia (IEA), 2020, World Energy Outlook 2020, IEA, Paris e IPCC.

Pense em uma t¨ªpica empresa de petr¨®leo e g¨¢s. Al¨¦m do custo para financiar sua transi??o, a empresa precisaria adquirir sistemas de sequestro de carbono, remover suas emiss?es de carbono da atmosfera e investir na infraestrutura necess¨¢ria para tal.

Ela tamb¨¦m teria que obter eletricidade renov¨¢vel para abastecer suas opera??es e determinar se precisa adquirir cr¨¦ditos de compensa??o de carbono no mercado. Essas demandas operacionais s?o altamente complexas.

Mas empresas de outros setores tamb¨¦m precisar?o de ajuda para neutralizar suas emiss?es de GEE. Por exemplo, a ind¨²stria sider¨²rgica ¨¦ respons¨¢vel por 8% das emiss?es mundiais que contribuem para as mudan?as clim¨¢ticas.27 Para atingir os objetivos m¨ªnimos do Acordo de Paris, o setor precisa reduzir suas emiss?es em pelo menos 50% at¨¦ 2050. A produ??o de a?o ¨¦ dif¨ªcil de descarbonizar, mas ¨¦ essencial para o bom funcionamento da economia global. Um estudo recente da McKinsey afirma que aproximadamente 14% do valor da ind¨²stria estar¨¢ em risco se ela n?o reduzir seu impacto ambiental.28 

A inova??o ter¨¢ um papel importante na descarboniza??o da produ??o de a?o. Poss¨ªveis solu??es incluem o a?o ¡°verde¡±, ¨¤ base de hidrog¨ºnio. Atualmente, para financiar novos projetos de inova??o, as empresas buscam fazer parcerias com outras que tenham experi¨ºncia operacional, al¨¦m de capital, escala e conhecimento. 

O capital privado tamb¨¦m pode ajudar a acelerar a transi??o em muitos setores fundamentais para a economia global, como de energia, servi?os p¨²blicos, a?o, cimento, entre outros. Resumindo, as empresas que n?o tiverem capital nem experi¨ºncia operacional para executar essa transforma??o por conta pr¨®pria precisar?o de ajuda externa. Isso sem contar que diversas empresas est?o com seus balan?os prejudicados pelas consequ¨ºncias da pandemia da Covid-19. 

Ao mesmo tempo, a press?o est¨¢ aumentando ¨¤ medida que mais investidores pedem ¨¤s empresas que divulguem planos de transi??o vi¨¢veis. A A??o Clim¨¢tica 100+ recentemente exigiu que 161 empresas, incluindo as maiores emissoras, publicassem suas estrat¨¦gias para reduzir as emiss?es em 45% at¨¦ 2030, em rela??o aos n¨ªveis de 2010, para atingir suas metas de carbono neutro. 

A transi??o para uma economia de carbono neutro ir¨¢ variar de acordo com o setor e a implementa??o, e exigir¨¢ que as empresas tenham parceiros com uma ¨®tima compreens?o das tecnologias e efici¨ºncias operacionais necess¨¢rias para descarbonizar ind¨²strias.

Conclus?o

A sustentabilidade ser¨¢ muito importante para o crescimento das economias ap¨®s a Covid-19. Os governos j¨¢ est?o anunciando altas parcelas de gastos fiscais para atingir as metas de sustentabilidade, e o capital privado ser¨¢ decisivo para financiar os mais de US$ 3 trilh?es em investimentos anuais necess¨¢rios nos pr¨®ximos 30 anos.29 

Em breve saberemos com mais clareza quais empresas est?o realmente buscando implementar iniciativas clim¨¢ticas. As empresas que demorarem para adaptar suas opera??es correr?o o risco de ficar para tr¨¢s, sofrendo desvaloriza??es e um acesso reduzido ao capital. Portanto, h¨¢ uma enorme oportunidade de criar valor real ajudando as empresas a fazerem a transi??o. 

Para que a transi??o da energia e das empresas ocorra de forma bem-sucedida, ser?o necess¨¢rios grandes investimentos de investidores que tenham conhecimento operacional e uma profunda compreens?o das tecnologias de eletrifica??o e energia limpa. Com o futuro em mente, acreditamos que esse tipo de apoio poder¨¢ fazer toda a diferen?a.

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  • Adicionalidade ¡ª se um investimento aumenta a quantidade ou a qualidade da produ??o de uma empresa al¨¦m do que ela teria aumentado sem esse investimento.
  • COP26 ¡ª confer¨ºncia global a ser realizada em Glasgow, Esc¨®cia, em novembro de 2021, quando os pa¨ªses dever?o apresentar seus planos para atingir o objetivo do Acordo de Paris.
  • Descarboniza??o ¡ª processo de redu??o da quantidade de GEE produzida pela atividade humana.
  • Investimento de impacto ¡ª investir com o objetivo de gerar retorno financeiro e um impacto social e ambiental positivo e mensur¨¢vel.
  • Carbono neutro ¡ª a meta, que pode ser aplicada a uma empresa ou um pa¨ªs, de zerar completamente a quantidade de gases de efeito estufa (GEE) produzida pela atividade humana. Pode ser atingida por uma combina??o de 1) redu??o significativa das emiss?es de GEE e 2) implementa??o de m¨¦todos de remo??o ou absor??o de di¨®xido de carbono da atmosfera (p. ex., plantio de ¨¢rvores, sequestro de carbono na atmosfera etc.). Obs.: uma estrat¨¦gia de carbono neutro n?o requer emiss?o zero de GEE. Em vez disso, as emiss?es de GEE geradas precisam ser equilibradas por uma quantidade equivalente de remo??o de carbono (emiss?es negativas de GEE), portanto, ¡°neutras¡±.
  • Ado??o do Acordo de Paris ¡ª uma estrat¨¦gia empresarial, de investimento ou econ?mica consistente com os objetivos do Acordo Clim¨¢tico de Paris. Portanto, uma meta consistente com a manuten??o de um aumento de temperatura de menos de 2¡ãC ou at¨¦ menos de 1,5¡ãC.
  • Metas baseadas na ci¨ºncia (science-based targets, SBT) ¡ª metas que fornecem um caminho claro e definido para as empresas reduzirem as emiss?es de GEE, ajudando a evitar os impactos mais prejudiciais das mudan?as clim¨¢ticas e garantir o crescimento das empresas no futuro. As metas s?o consideradas ¡°baseadas na ci¨ºncia¡± se estiverem alinhadas com aquilo que os mais recentes dados cient¨ªficos sobre o clima consideram necess¨¢rio para atender aos objetivos do Acordo de Paris, limitando o aquecimento global a menos de 2¡ãC em rela??o aos n¨ªveis pr¨¦-industriais e buscando meios para limit¨¢-lo a 1,5¡ãC.
  • Ativos ociosos (stranded assets) ¡ª ativos que n?o conseguem mais fornecer um retorno econ?mico como resultado das mudan?as associadas ¨¤ transi??o de energia.
  • Objetivos de Desenvolvimento Sustent¨¢vel (ODS) da ONU ¡ª conjunto de 17 objetivos acordados e adotados em 2016 por 193 pa¨ªses. Os objetivos abrangem quest?es econ?micas, sociais e ambientais e estabelecem metas espec¨ªficas a serem alcan?adas dentro dessas ¨¢reas at¨¦ 2030. Muitos investidores sustent¨¢veis e de impacto usam os ODS das Na??es Unidas como refer¨ºncia e podem afirmar que seus investimentos ou estrat¨¦gias est?o alinhados ou ajudam a atingir um ODS espec¨ªfico da ONU.

Notas finais:
1. .
2. TCFD, ¡°¡±, outubro de 2020.
3. Ag¨ºncia International de Energia, ¡°World Energy Outlook 2020¡± e Painel Intergovernamental sobre Mudan?as Clim¨¢ticas (IPCC), ¡°Global warming of 1.5¡ãC¡±, 2019.
4. Greenhouse Gas Protocol () e Comit¨º Diretor do G30 e Working Group on Climate Change and Finance, ¡°Mainstreaming the Transition to a Net-Zero Economy¡±, outubro de 2020.
5. Financial Times, ¡°¡±, 17 de novembro de 2020.
6. Comit¨º Diretor do G30 e Working Group on Climate Change and Finance, ¡°Mainstreaming the Transition to a Net-Zero Economy¡±, outubro de 2020.
7. GEE s?o gases na atmosfera que absorvem calor, mantendo a atmosfera do planeta mais quente do que seria de outra forma. O di¨®xido de carbono (CO2) ¨¦ o GEE mais comum emitido pela atividade humana em termos de quantidade liberada e impacto total no aquecimento global. Fonte: Ecometrica.
8. Em termos simples, os ativos ociosos s?o aqueles que acabam por valer menos do que o esperado como resultado de mudan?as associadas ¨¤ transi??o energ¨¦tica. O conceito de ativo ocioso (stranded asset) tem sido interpretado como uma s¨¦rie de fatores, entre eles: 1) perda de valor econ?mico devido a uma mudan?a nos custos/pre?os relativos, 2) ociosidade f¨ªsica devido a dist?ncia/inunda??o/seca e 3) perda de valor por quest?es regulat¨®rias devido a mudan?as na legisla??o. Fonte: Carbon Tracker Initiative, ¡°¡±, 23 de agosto de 2017.
9. Financial Times, ¡°Lex in depth: the $900bn cost of 'stranded energy assets'¡±, 4 de fevereiro de 2020.
10. Nature, ¡°The geographical distribution of fossil fuels unused when limiting global warming to 2 ¡ãC¡±, Christophe McGlade e Paul Ekins, 7 de janeiro de 2015.
11. .
12. Microsoft, ¡°¡±, 16 de janeiro de 2020.
13. Principles for Responsible Investment, ¡°¡±.
14. .
15. Forbes, ¡°The World¡¯s Largest Public Companies¡±, 13 de maio de 2020, e Task Force on Climate-related Financial Disclosures, ¡°¡±, outubro de 2020.
16. Imperial College Business School Centre for Climate Finance & Investment, ¡°¡±, 17 de setembro de 2020.
17. Goldman Sachs Research, ¡°¡±, 16 de novembro de 2020.
18. Iberdrola, ¡°¡±, 5 de novembro de 2020. 
19. S&P Global Market Intelligence, ¡°Enel to invest €160B to protect ¡®renewables supermajor¡¯ status¡±, 24 de novembro de 2020.
20. Bloomberg, ¡°¡±, 30 de novembro de 2020.
21. 20 de janeiro de 2021.
22. IEA, ¡°¡±, novembro de 2020.
23. IEA, ¡°¡±, novembro 2020.
24. The White House, ¡°Fact Sheet: President Biden Takes Executive Actions to Tackle the Climate Crisis at Home and Abroad, Create Jobs, and Restore Scientific Integrity Across Federal Government¡±, 27 de janeiro de 2021.
25. Financial Times, ¡°¡±, 4 de novembro de 2020.
26. World Resources Institute, ¡°¡±, 10 de dezembro de 2020.
27. World Steel Organization; McKinsey, ¡°Decarbonization Challenge for Steel¡±, 30 de junho de 2020.
28. McKinsey. Estudo com 20 sider¨²rgicas mundiais. O valor em risco (value at risk) m¨¦dio ponderado da amostra ¨¦ de 14% do valor presente l¨ªquido em um cen¨¢rio de 2¡ãC, no qual os pre?os globais do carbono aumentam para US$ 100 por tonelada de di¨®xido de carbono. Os resultados variam de 2% a 30% entre as empresas.
29. Imperial College Business School Centre for Climate Finance & Investment, ¡°Transition Finance: Managing Finance to Carbon-Intensive Firms¡±, 17 de setembro de 2020.

Divulga??es
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